quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Compaixão.

E eu me lembro como você dizia que nunca iria embora, que estaria sempre comigo.

Por um momento achei que havia sido enganado mas, de fato... boas memórias ficam pra sempre.

Descanse em paz.

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

étumus.

Mais uma noite passa, e eu junto a ela. Meu rosto pede descanso, os traços se confundem aos trapos. É preciso cessar esta sessão.

Fosse, ainda, por desejo de sucesso, mas não. É o medo, medo de desapontar alguém, novamente, que me move nessa sequência insana e cansativa, improdutiva.

Medo de novamente ser forçado a negar minhas inegáveis qualidades, de novamente me defrontar com meu maior defeito.

E minha saúde se esvai a taxas crescentes. Minha vontade se foi há tempos, mas quem precisa desta, ainda, afinal?

Morri sentado, velem-me de olhos abertos, que ainda faltam algumas páginas, aqui. Boa noite.

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Cada segundo. Cada segunda.

Passa página. E ainda que as páginas virtuais não o demandem, lambe o dedo. Revive a mania.
Lambe o dedo. E sente o gosto doce, café com muito açúcar. Percebe o costume.
Muito açúcar. Mexe a colher depressa, solubiliza a dor. Nota a repercussão.
A dor.
dor.
or.
r.
.

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Um ser humano se engana muitas vezes... sem ser humano se engana muito muito muito mais...

As palavras cruzadas, incompletas, descansam ao lado da xícara de café, vazia.
A lapiseira que seguro parece envolvida por algum tipo de óleo que me agonia, talvez produto meu. Seguro-a pela mera ilusão de que esta me torne propenso ao estudo, obviamente em vão. E o violão, deitado na cama, dorme o sono que deveria ser meu. E eu vivo a noite que deveria ser dele. Que deveria ser nossa. Bossa. Bosta!

Mais uma noite em silêncio.
Mais uma noite de música.

sábado, 4 de setembro de 2010

Espelho.

Queria dizer-te que te amo.
Não és, porém, única. És um de meus muitos amores e, ainda assim, és muito de meu um amor.

Amo-te, que te dizer queria.
Amor, um meu, de muitos és, assim. Ainda, amores, muitos meus, de um serão. Única, porem, és. Não?

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Minha preferida.

"Saudade é a presença de uma ausência."

Minha paixão a última vista.

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Reflexões [3872891]

As pessoas sempre nos dizem para seguirmos nosso coração.

Eu me pergunto...

Qual dos pedaços?

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Estetoscópio.

Não há silêncio, se há vida. São aquelas batidas, ocultas, que quebram a paz.

Quando por ventura juntamos em um mundo tantos vivos a bater: ritmados, fortes, arrítmicos, fracos, pulando batidas, parando, é de se esperar que seja complexo se encaixar, ajustar, ficar de pé.

Não se pode, porém, culpar o chão por isso, a Terra. Esta, justiça seja feita, tenta apenas acomodar seus filhos, cada qual de acordo com sua batida.



É o ouvido, do estetoscópio, o logaritmo.
Estou certo de que sua medida seja mais precisa.

domingo, 8 de agosto de 2010

A verdade em todas minhas várias faces.

E o amor se fez de toda forma: informa, deforma, conforma, reforma, contra-reforma, sem forma.


.E se fez amor, por vez,
.E desfez a dor, talvez.

... Amor sem prazer. Sofrer sem fervor, ardor, sem fazer.
... Que dor, desprazer. Morrer sem tua cor, entender.

..... Adeus, simples assim.

....... Passa por cima. Destrói.
....... Só pra dar rima. Ou não.

......... Reconstrução. Do começo ao fim.
......... Reconstrução. Do fim recomeço.

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Boa noite.

Cada lágrima que se segura, é uma despedida que se faz presente.
E cada linha que se escreve, conduz a linha que se desprende.

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Good night, dear.

Queria dizer que morro dormindo. Negam-me tal sorte.
Durmo morrendo, hoje.

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Dê mais, de mais, demais.

Descascar, desmantelar, derreter, repetir.
Desmentir, despedir, e pedir.
Remeter, desmedida fome de reter.
Diz mantê-la, diz manter lá.
Diz mentir, diz cansar,
descansar.

quinta-feira, 13 de maio de 2010

"Oh, gravity! Thou art a heartless bitch!"

Era uma vez um asteróide.
Era uma mesma vez, um pequenino e belo planetinha, que atraiu esse asteróide para sua órbita.
O asteróide frio ficou quente.
O asteróide sem graça virou um belo meteoro flamejante.
O asteróide solitário ganhou uma bela companhia.
O asteróide que vagava perdido, ganhou um rumo a seguir.
O asteróide esqueceu que o planetóide o estava puxando pra baixo.
Era uma vez um asteróide.

Fim.

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Escrevam em meu túmulo.

Parecia fácil entender e, portanto, dava seu parecer. Favorável. É apenas um susto, ele vai viver.

Nem tudo que parece, entretanto, é, e horas depois, como carne de açougue, atiravam o corpo, gélido, sobre a mesa. Não havia sinais de lacerações, não encontravam marcas ou vestígios que entregassem a razão.

Perguntasse um forasteiro aos passantes, diriam que morrera de amores. Perguntassem a seus amigos, morrera da falta de um. Haveria até aqueles que suspeitariam da morte dada por ser amado pela metade. O coração, de forma discreta, discordava de todas as opostas suposições, intacto.

Em seu túmulo, a seguinte inscrição: morreu por amor.
E todos, cada qual a seu modo, entenderam.


.