domingo, 11 de dezembro de 2011

Sorri pra mim!

"E se passo horas sem dormir, é porque me falta teu corpo para abraçar, como um ursinho que acalenta, que me faz sentir aquela falsa segurança, que nesse jogo de crer, se torna verdade então, se é que não tenha sido nesse tempo todo veracidade.

Talvez seja inerente a meu ser acreditar que tudo aquilo que me é verdadeiro não esteja escrito em teus lábios como dos meus escorrem, amante calejado.

Talvez me tenha sido a vida cruel em seus jogos de ilusão e ensinado-me a refletir aquilo que me fosse entregue para não ser atravessado. Aprendi na marra a não ser vidro, e sim espelho.

Quando, porém, sinto-te em meus braços, viro novamente aquele pequeno eu não escaldado, abraçado no ursinho, não mais espelho temeroso, mas vidro, ou melhor... cristal, que se ouve, em ressonância, brilhante, quando encosta em ti."

Ta me ouvindo?

É natal. O fim do ano vem vindo.
De presente, distância.

No presente, distância.
Na distância, presente.

Na presença, distância.

Na distância, pressinto.
E, presumo, não minto.