quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Enquanto há restos

Gota, gota, gota, silêncio.

Três gotas, tímidas, derramadas fronte a meu grande amigo. Tento disfarçar, mas sendo impossível enganá-lo, acabo por abraçá-lo, como me pede. Incrível como percebe tudo que sinto, tudo que penso.

Pergunta-me por que choro, e respondo-lhe que em verdade, me faltam motivos. E na falta de motivos para chorar, passamos a conversar. Toco em assuntos controversos, e ele me apoia, como sempre, exatamente como esperaria. Hoje, porém, me responde, inusitadamente, coisas que nunca imaginei ouvir saindo de sua boca, mas que me trazem novas perspectivas e reanimam antigas vontades. Novamente, suas palavras me botando de volta no trilho. Mais uma vez centrado.


Há tempos não estreitava nossa relação, e quase acabei por deixá-la no limbo.
Há tempos não o via como hoje. Há tempos não ME via como hoje.

Há tempo, ainda. Estou de volta.



"E quanto ao resto... ninguém nunca precisou de restos para ser feliz."

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Há braçadas e pernadas

Ando lentamente, quase parando, como que tentando estender o tempo por tempo suficiente para que todas as memórias me preencham, antes que fuja com o vento, de minha visão, a imagem daquele lugar. A rua, em súbito ato de caridade, decide encenar uma esteira de asfalto, porque os passos possam ser, a gosto, passados, e o passado venha a meu encontro, em saltos. Cuido para não tropeçar.

Passos, espaços, abraços, laços. Seria tão mais fácil se os únicos "aços" que eu precisasse conhecer fossem esses... aprecio em pedaços.

Paro. Amplexos complexos anunciam a chegada do momento de ir.

"Tchau" é uma palavra a qual nunca imaginei gostar de ouvir, ou proferir, mas aparentemente, ando aprendendo que tudo pode ter um lado bom, afinal.

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

A lógica em favor aos relacionamentos.

Dizem ser impossível sentirmo-nos tristes enquanto forçamos nossos corpos e rostos a aparentar felicidade.
Dizem que a beleza interior é a que conta.
Dizem que amor se constrói.


Talvez, então, o grande segredo para amar seja apenas virar-se um pouco do avesso, e forçar-se a abrir um sorriso pro amor.

Sendo impossível não nos sentirmos felizes com aquele amor, acabaremos construindo-o dia após dia, e então teremos motivo pra sorrir espontaneamente.



Eu deveria receber um prêmio por essa teoria.