segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Escrevam em meu túmulo.

Parecia fácil entender e, portanto, dava seu parecer. Favorável. É apenas um susto, ele vai viver.

Nem tudo que parece, entretanto, é, e horas depois, como carne de açougue, atiravam o corpo, gélido, sobre a mesa. Não havia sinais de lacerações, não encontravam marcas ou vestígios que entregassem a razão.

Perguntasse um forasteiro aos passantes, diriam que morrera de amores. Perguntassem a seus amigos, morrera da falta de um. Haveria até aqueles que suspeitariam da morte dada por ser amado pela metade. O coração, de forma discreta, discordava de todas as opostas suposições, intacto.

Em seu túmulo, a seguinte inscrição: morreu por amor.
E todos, cada qual a seu modo, entenderam.


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